
A Comissão Especial sobre
Reformulação do Ensino Médio realizou audiência pública com representantes de
estudantes e da juventude. Manuela Braga, presidente da União Brasileira dos
Estudantes Secundaristas (UBES), afirmou que há um clima favorável para mudanças.
“Existe hoje um grande consenso de que o ensino médio
precisa mudar, de uma grande reforma que discuta o conteúdo, o número de
disciplinas. Hoje, por exemplo, tem estado que tem 19 disciplinas de ensino
médio. A infraestrutura da escola, hoje a gente tem no Brasil inteiro menos de
40% das escolas que possuam laboratório de informática ou biblioteca. Então, a
gente não está falando de um laboratório de física ou química, o que é
importante, mas dos laboratórios básicos para a aprendizagem, pois menos da
metade das escolas brasileiras que tem.”
A vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude,
Conjuve, Ângela Guimarães, também enfatizou a convergência das ideias e o
momento político vivido no Brasil, com manifestações, principalmente dos
jovens, cobrando mais direitos e participação nas decisões do governo e do
Parlamento.
O presidente da comissão, deputado Reginaldo Lopes, do PT
mineiro, disse que as manifestações podem impulsionar a aprovação de leis que
reformulem o ensino médio.
“O que é reformular o ensino médio? Reformular
pedagogicamente. Nós temos um diagnóstico de que das etapas educacionais do
sistema brasileiro, que é um sistema integrado que dialoga em todas as etapas,
você tem uma etapa que perdeu o papel, que é o mais frágil de todas as etapas,
que é o ensino médio. E as vozes das ruas estão exigindo o que a gente está
discutindo há mais de um ano, ou seja, precisa ter mais qualidade, mais
direitos. E em busca de dar mais direitos, é melhorar a qualidade da educação.”
“Não existe uma receita de bolo. Eu acho que a única
fórmula, a única receita certa da educação é a forma de construção. Por
exemplo, nós temos uma escola que, por mais que ela esteja ali num longínquo
interior do Brasil, se o modelo pedagógico dela for construído por estudante,
professor e funcionário, para ser completamente diferente de uma capital
grande, como São Paulo, ela pode ter resultados melhores por causa da
construção coletiva.”
Fonte: ujs.org.br
Fonte: ujs.org.br