A TIM vai reduzir a sua oferta de aparelhos subsiados, aqueles que são adquiridos por descontos ou até mesmo grátis, vinculados aos planos de minutos dos clientes. Por outro lado, a operadora vai atrair o cliente para o tráfego de dados. Para isso, vai intensificar a venda de um novo pacote de serviços chamado de “Chip Only” (Chip Avulso) e procurar vantagens comerciais com as fabricantes de celulares na oferta de smartphones, sem vinculá-los aos serviços da operadora.
"Oferecendo apenas o serviço devolvemos para o cliente (o custo do subsídio) sem ele ter de desembolsar a mais (custo do aparelho na conta). Por outro lado, a gente estreitou a parceria com os fornecedores, Samsung, Motorola, para reduzir os preços (dos aparelhos). Tiramos o bloqueio (de celulares). As lojas não precisam mais destravar o telefone. Esses componentes fazem com que o cliente pague o aparelho em 12 vezes no cartão", explicou o presidente da TIM Brasil, Luca Luciani. As informações foram dadas em teleconferência para analistas de mercado e imprensa, durante o anúncio do balanço do terceiro trimestre da companhia, terça-feira.
A empresa informa que comercializará melhores condições nos aparelhos. "Com o valor mais barato dos aparelhos por conta do aumento do mix, 80% dos investimentos da TIM serão focados em rede - em serviços de voz e dados". Outra parte da estratégia da TIM é oferecer planos mais competitivos de tráfego de dados para serem usados por meio dos smartphones. Ou seja, a operadora quer aumentar o tráfego de dados na rede móvel. "Nesse caso, a TIM que repetir o sucesso dos EUA e, em 15 meses, aumentar a participação de smartphones no mercado brasileiro".
A lógica é a de que o cliente mais focado no serviço traz mais retorno do que aquele que olha apenas as promoções. "Não há aquela consideração de que os clientes do pós (planos pós pagos) são bons e os pré (pagos) são ruins. O primeiro ponto é que existe o cliente pós pago de valor e o pré pago de grande valor. Depois há aquele cuja única razão é o subsídio (de aparelho), que tem uma margem (de receita) menor que o cliente pré pago", salientou Luciani.
O executivo classificou a disputa pelo cliente pós pago, por meio dos subsídios de aparelhos, como uma "guerra" que custou R$ 5 bilhões em 2009, um mercado que movimentou R$ 57 bilhões. "Mais de 10% de margem destruída na guerra do aparelho." Ele disse que há dois tipos de consumidores de pós pagos, um extremamente fiel, que só muda de operadora em caso de insatisfação, e aquele "volátil", que acompanha as promoções e "por isso tem pouco MOU (minutos de ligação). A intenção é, através do Chip Only, aumentar a utilização da rede com o tráfego de dados, estimulando o cliente a usar as ferramentas dos smartphones, como o acesso à internet. "Vamos acelerar a troca dos modelos (de planos) existentes."
Jornal do Comércio
Da redação TV SBUNA