A Seleção Brasileira criou chances, dominou o Paraguai e teve sua melhor apresentação na era Mano Menezes, mas deu vexame na hora da decisão por pênaltis e está eliminada da Copa América: após perder as quatro cobranças que teve (Elano, Thiago Silva, André Santos e Fred, assista no vídeo ao lado), o Brasil foi derrotado por 2 a 0 pelos paraguaios e caiu nas quartas de final do torneio neste domingo, em La Plata, depois de um 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.
O fracasso fez lembrar a jornada trágica do atacante Martín Palermo, que perdeu três pênaltis na derrota da Argentina para a Colômbia por 3 a 0, pela Copa América de 1999. A cobrança de Elano, particularmente, lembrou a de Baggio na final da Copa do Mundo de 1994 - ocorrida também em um dia 17 de julho.
Mais uma vez, a Seleção sai de uma competição nas quartas de final junto da Argentina. Na Copa do Mundo de 2006, os hermanos foram eliminados pela Alemanha e o Brasil em seguida caiu para a França. Em 2010, o time verde e amarelo tropeçou na Holanda e no dia seguinte os argentinos caíram de novo para Alemanha. Agora, no último sábado, a seleção de Messi e cia foi despachada pelo Uruguai, também nos pênaltis.
Classificado para as semifinais, o Paraguai vai pegar a Venezuela, que venceu o Chile por 2 a 1. A partida será na próxima quarta-feira, às 21h45m (de Brasília), em Mendoza. A outra semifinal está definida entre Uruguai e Peru, terça, em La Plata, no mesmo horário.
Seriedade verde e amarela
O semblante sério dos jogadores marcou a chegada dos jogadores da Seleção Brasileira a La Plata. Seriedade também foi a principal característica do time de Mano Menezes na primeira etapa. Sem abusar dos toques bonitos e com personalidade, o Brasil dominou o Paraguai. Mas faltou o gol.
Inicialmente, o bom toque de bola da Seleção Brasileira foi prejudicado pela enorme quantidade de areia no gramado. A situação, por alguns momentos, privilegiou o futebol de combate e de muitas faltas dos paraguaios. Só o que árbitro economizou nos cartões e deu só um amarelo para Vera.
Pela direita, pela esquerda, pelo meio... As opções apresentadas pelo Brasil foram muitas. Desde um chute de fora da área de Ramires aos três minutos, passando pelo voleio de Neymar aos seis minutos e também pela bom passe de Ganso para Robinho colocar Neymar na cara do gol aos 26. O garoto chutou para fora.
O mais importante é que diferentemente do empate por 2 a 2 entre as equipes na primeira fase, o Brasil teve mais personalidade e tomou conta do jogo – Julio César pouco teve trabalho com a camisa 1. E mais: os laterais Maicon e André Santos foram bastante acionados, abrindo mais espaços para os atacantes.
Foi pela esquerda, aliás, que o Brasil quase abriu o marcador aos 32 minutos. André Santos bateu falta para área e Lúcio finalizou da pequena área. Justo Villar salvou. Sete minutos depois, aos 39, Ramires colocou o lateral-esquerdo em boa condição, mas o camisa 6 pegou mal na bola.
O primeiro tempo terminou com empate sem gols, mas com a torcida brasileira animada com o bom futebol apresentado. O melhor até aqui na Copa América.
Show de gols perdidos e de defesas de Villar
Seguindo o mesmo ritmo, a Seleção Brasileira foi para cima do Paraguai. Só que a pontaria seguia sendo a vilã. Como no lance de Neymar aos três minutos. Ele perdeu o gol e depois Maicon chutou cruzado. Sem sucesso! Sufocado, o Paraguai viu que sua chance estaria nos contra-ataques. E tentou isso.
O futebol acelerado e ofensivo do Brasil, no entanto, impedia o time guarani de se arriscar mais. Impacientes, então, eles voltaram a abusar das faltas. O problema é que o time de Mano Menezes está carente de bons batedores. E na chance que teve aos nove, André Santos rolou para Maicon dar um chute horroroso, aos 12.
As seguidas chances perdidas começaram a deixar o Brasil nervoso. E a ansiedade do torcedor aumentava na arquibancada. A pressão constante da Seleção virou esporádica. E só aos 17 voltou a marcar presença. Maicon recebeu bem na intermediária e deixou para Robinho bater colocado para fora.
O próprio camisa 7, sentindo a torcida desanimada, fez o sinal com os braços pedindo apoio. E na sequência o Brasil teve uma importante chance com Ganso. O meia tabelou com Lúcio e bateu com categoria no canto esquerda de Justo Villa, que fez mais uma grande defesa na partida.
Justo Villa conseguiu frustrar os brasileiros mais uma vez aos 27 minutos, quando defendeu chute à queima-roupa de Pato, após cruzamento de Neymar, que preocupou ao cair no gramado sentindo dores. Mas o garoto voltou a campo. E voltou para tentar de cobertura aos 32. Mas nada feito. Justo Villa estava lá.
GloboEsporte.com
Julio César; Maicon, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva, Ramires e Paulo Henrique Ganso (Lucas); Robinho, Neymar (Fred) e Alexandre Pato (Elano). | Justo Villar; Dário Verón, Paulo da Silva, Antolín Alcaraz e Aureliano Torres (Elvis Marecos); Enrique Vera (Edgar Barreto), Cristian Riveros, Victor Caceres e Marcelo Estigarribia; Haedo Valdez e Lucas Barrios (Hernan Perez). |
Técnico: Mano Menezes | Técnico: Gerardo Martino |
Cartões amarelos: André Santos, Maicon (BRA); Enrique Vera, Edgar Barreto, Elvis Marecos, Marcelo Estigarribia (PAR). Cartões vermelhos:Lucas Leiva (BRA) e Antolin Alcaraz (PAR) | |
Árbitro: Sergio Pezzotta (ARG). Auxiliares: Ricardo Casas (ARG) e Efraín Castro (BOL) | |
Estádio: Ciudad La Plata, em La Plata (Argentina) |
Da redação TV SBUNA